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Como as mulheres estão expandindo o negócio de açaí na Amazônia

Na pequena comunidade da Ilha da Jussara, no extremo norte da Amazônia brasileira, o cultivo de açaí – um superalimento famoso por seus benefícios nutricionais – é a principal fonte de renda.

A produção aumentou cerca de 50% na última década, graças a cerca de uma dúzia de mulheres das aldeias que lutaram para garantir crédito.

“No início, os maridos cuidavam da produção do produto”, disse Edna dos Anjos Nascimento Siqueira, conhecida como Bezinha, enquanto arrancava os pequenos frutos escuros dos galhos do açaí e os colocava em uma cesta. “Então nós, as mulheres, começamos a nos mudar.”

Bezinha, hoje com 60 anos, cresceu acompanhando seu pai subindo em árvores de açaí na Ilha da Jussara para colher o fruto azedo, que é usado mundialmente em sucos, cosméticos e suplementos dietéticos.

Foi a primeira mulher a participar de reuniões para discutir capitais para desenvolver as atividades empresariais da aldeia.

De acordo com a Emater, uma agência governamental de sustentabilidade, a participação das mulheres nesses negócios de pequena escala aumentou rapidamente nas áreas rurais do Brasil.

Em 2021, quase metade dos créditos rurais do programa federal supervisionado pela Emater de apoio aos pequenos agricultores beneficiou mulheres produtoras.

O investimento inicial em projetos como o açaí da Ilha da Jussara é de cerca de 20 mil reais (3.300 dólares), disse Lucival Solim Chavez, agrônomo da Emater.

“Depois disso, o terreno será financeiramente independente”, disse ele.

De forma mais ampla, a produção de açaí no Brasil aumentou 15% de 2020 a 2023, de acordo com estatísticas do governo. O estado do Pará, onde está localizada a Ilha da Jussara, é responsável por 94% da produção do país e abriga o maior exportador de frutas para alimentos e alimentos. empresas de cosméticos em todo o mundo.

Na comunidade do entorno da Ilha da Jussara, cerca de 200 pessoas se dedicam à produção do açaí orgânico. De acordo com dados do governo, a receita total das comunidades da região totaliza cerca de 1,37 milhões de reais (225 mil dólares) por ano – mais de 85% do seu rendimento.

Durante a época da colheita, as famílias da aldeia podem ganhar quatro vezes o salário mínimo regional.

“Conseguimos muito”, disse Bezinha. “Meus amigos fazem parte disso… eles têm casinha própria, cozinha própria, banheiro próprio. Para nós foi uma grande coisa.”

($1 = 6,0559 reais)

—Por Isabel Teles, Reuters

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