Por que o ouro e o Bitcoin brilham juntos – não são os mesmos motivos

Além da liquidação em 10 de outubro, a tendência ascendente contínua do ouro e do Bitcoin foi notável. Mas, ao contrário das ações e da dívida, que são ativos de carteira importantes com fundamentos tangíveis, o ouro e as criptomoedas são exceções.
Quando se trata de ações, os investidores apoiam negócios comprovados com perspectivas de crescimento. Nos títulos, a certeza está no cupom prometido. O ouro, por outro lado, atua como um “diversificador de portfólio”. Os dados históricos mostram que mesmo uma alocação de 10% em ouro pode melhorar os retornos ajustados ao risco (ou seja, ajustados à volatilidade) de uma carteira. Simplificando, o ouro ajuda a otimizar seus resultados, e não a alimentá-los.
Ouro vs. Tokens Digitais
Como sabemos, o ouro não produz nada. As aplicações industriais são limitadas e a procura provém principalmente dos bancos centrais e dos compradores de pedras preciosas. Enquanto isso, as criptomoedas ainda lutam para encontrar sua identidade.
Ainda é discutível se o Bitcoin é um verdadeiro ativo de investimento. Se for uma moeda, é aceita para bens e serviços em algumas partes do mundo, mas não em particular. Não tem curso legal em nenhum país, exceto no pequeno país de El Salvador.
A adopção pode estar a aumentar, mas continua a ser um meio de troca onde os movimentos de preços dependem puramente de crenças colectivas.
Quando eu digo que vou dar para você $$100 E em troca você deve me dar $$101, pode não parecer um negócio lucrativo. No entanto, os investidores continuaram a levantar $ 100.000 ( $$100 milhões por Bitcoin), apostando em aumentos de valor futuros.
Nos EUA, grandes casas de fundos como a BlackRock lançaram fundos negociados em bolsa (ETFs) Bitcoin, facilitando a entrada dos investidores no mercado de criptomoedas. Mesmo que o preço do Bitcoin seja alto, você ainda pode possuir uma pequena porção de Bitcoin por meio de investimentos fracionários. O desempenho do Bitcoin incluiu aumentos espetaculares e quedas acentuadas, portanto, invista somente depois de avaliar sua tolerância ao risco.
Hoje, tanto o ouro como o Bitcoin beneficiam das mesmas tendências globais. Os Estados Unidos, há muito considerados um porto seguro para o mundo, estão a ver a confiança nas suas políticas e na sua moeda enfraquecer.
A tendência de desdolarização, acelerada pelo “Trump 2.0”, levou os tesouros de todo o mundo a adoptar o acrónimo ABUSA: Anything But USA. Este sentimento está a empurrar os investidores para alternativas como o ouro e as criptomoedas.
A principal diferença entre os dois está no básico. O ouro resistiu ao teste do tempo, com uma história que remonta a BC. Os dados históricos mostram que o ouro tende a proporcionar retornos consistentes mesmo durante crises no mercado de ações. Mas a recente recuperação foi em grande parte impulsionada pela diversificação dos bancos centrais, afastando-se dos títulos do Tesouro dos EUA.
Inicialmente, a impressão de dinheiro pelos bancos centrais de alguns países estava diretamente ligada ao ouro. Embora essa ligação já não exista, o facto de os bancos centrais continuarem a comprar ouro agressivamente para as suas reservas destaca o valor contínuo do ouro e o apoio institucional.
As criptomoedas, por outro lado, são criaturas da era digital, alimentadas principalmente pela inovação privada e pelo entusiasmo dos investidores. A rápida subida foi invulgar, mas a dinâmica tornou a volatilidade muito elevada. Representa uma mudança financeira e também cultural, simbolizando a passagem do tangível para o digital e do centralizado para o descentralizado. Se pode subir ainda mais, ninguém sabe. Os riscos são significativos. Portanto, a maioria dos gestores de ativos indianos ainda não considera as criptomoedas como ativos de investimento legítimos.
O que você deve fazer?
É aconselhável manter uma exposição constante ao ouro para diversificar o seu portfólio. Dado que não se trata de um activo essencial, as alocações podem ser limitadas a aproximadamente 10-15% da carteira global. Embora existam preocupações de que o comércio de ouro esteja próximo de máximos históricos, é importante notar que a maioria das classes de ativos atinge novos máximos várias vezes ao longo do ciclo.
As criptomoedas, por outro lado, continuam a ser um setor de alto risco, apesar do potencial para enormes retornos. Para a maioria dos investidores, é melhor evitá-lo. Porém, se quiser participar, limite sua exposição a uma pequena parcela, não mais que 5-10% do seu portfólio.
O equilíbrio é fundamental para os investidores. O ouro pode estabilizar seu portfólio, mas as criptomoedas exigem cautela. Limite e diversifique a sua exposição e adapte cada aposta ao seu apetite pelo risco e aos seus objetivos de longo prazo.
Joydeep Sen é treinadora corporativa (mercados financeiros) e autora.